segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Consumidor Sofisticado




O conceito clássico de sociedade capitalista divide-a em duas classes sociais básicas: proprietários e proletários. Com o desenvolvimento do capitalismo, surgiu uma nova classe social, a classe média, detentora de poder aquisitivo que garante as necessidades de sobrevivência e alcança padrões de consumo de lazer e cultura. 
É composta por pessoas que têm empregos com condições de trabalho confortáveis, estabilidade financeira e interessadas em demonstrar status social a partir do consumo de bens e serviços. Assim, poder de compra define a classe média.

Data Popular, Banco Mundial e Boston Consulting Group (BCG) apontam o tamanho das classes médias (C,D/E) e alta (A) no Brasil. O total das classes média e alta no Brasil somava 90 milhões de pessoas em 2003; esse número subiu para 196 milhões em 2013. Houve incremento de 63 milhões de consumidores.
Evidencie-se que 86 milhões de pessoas compunham as classes D/E, e 67 milhões a classe C em 2003. Esses números foram alterados dez anos depois: a classe C aumentou para 109 milhões e as D/E decresceram para 48 milhões. No mesmo período, a classe A cresceu de 23 milhões de pessoas para 44 milhões. Portanto, ocorreu intensa mobilidade das classes D/E para a classe C, a que mais cresceu.
Inicialmente, essa mobilidade social expandiu o consumo no Brasil. Agora, hábitos de compra estão se sofisticando. Produtos populares, simplórios, básicos não satisfazem mais os brasileiros que estão inclinados a pagar mais, desde que enxerguem proveito na troca.
Exemplificam essa mudança: em 2009, o consumo de fogões sofisticados significava 13%; em 2013, esse percentual subiu para 23%. O consumo de fogões básicos diminuiu de 87% para 77% nesse mesmo período. Da mesma forma, o consumo de geladeiras sofisticadas que, em 2009, representava 43% e, em 2013, cresceu para 57%, enquanto o das geladeiras básicas reduziu de 57% para 43%. 
Joaquim Cartaxo
Arquiteto urbanista e secretário de formação política do PT/CE